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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

DE FÉRIAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 16 de novembro de 2008

saudades de todosssssssssssssss

sábado, 15 de novembro de 2008

`O MANIFESTO COMUNISTA'

JOHACIA OLIVEIRA


MARX, Carl e ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. Coleção leitura, 7° edição. Ed. Paz e Terra, 1998.

Idealizador de uma sociedade com uma distribuição de renda justa e equilibrada, o economista, cientista social e revolucionário socialista alemão Karl Heinrich Marx, nasceu na data de 05 de maio de 1818, cursou
Filosofia, Direito e História nas Universidades de Bonn e Berlim e foi um dos seguidores das idéias de Hegel.

Filósofo socialista alemão. Nasceu em 1820, filho de um proprietário de uma fábrica de tecidos. Publicou, em 1845, A Condição da Classe Trabalhadora na Inglaterra em 1844. Colaborou na elaboração do Manifesto Comunista (1848). Com o fracasso das Revoluções de 1848, estabeleceu-se na Inglaterra. Com Marx e outros, fundou a International Workingmen's Association, em 1864. O auxílio financeiro de Engels a Marx permitiu a esse escrever Das Kapital (1867-94) e, após a morte de Marx, Engels publicou seus volumes 2 e 3 a partir dos apontamentos deixados por ele. Uma das principais obras de Engels foi A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado (1884). As teorias de Engels influenciaram em muito o marxismo e o materialismo dialético. Engels faleceu em 1895.

O manifesto comunista, como o próprio nome sugere é um manifesto dos comunistas. Uma espécie de livro de narra sobre o partido comunista, seus ideais e motivos, sua origem e sua proposta imediata e bem objetiva de acabar com a propriedade privada da burguesia. Essa em especial que na maioria das vezes é conseguida sem esforço algum e deixa a mercê aproximadamente noventa por cento da população mundial. O manifesto não só faz uma critica á classe dominante em vigência como também incentiva gritantemente a classe dos trabalhadores a se unirem e juntos detonarem a burguesia.

De forma simples e objetiva o livro nos leva a pensar o quê é um partido político, a sua importância, suas relações e influências, e perseguições sofridas, principalmente pelos conservadores, ou somente “opressores”.

Toda a história da humanidade é marcada por povos de diversas origens, culturas e etnias, pela forte presença da religião e por partidos políticos que se formam devido a objetivos convergentes. Entre lutas, poder e indignação, surge mais um partido que se destacou nessa mesma história pelos seus ideais revolucionários: O COMUNISMO.

O livro de Karl Marx e Friedrich Engels nos ajuda a entender o partido comunista e a sociedade como um todo, essencialmente a luta entre classes, sobretudo burguesia e proletariado.
No estudo da História geral, após um estágio vivido pela humanidade – o estágio de caça e coleta – os pré-históricos mantinham relações mais coletivas, a propriedade, o alimento, era um bem coletivo, não existia capital, conseqüentemente não existia uma série de problemas existentes atualmente. Eles eram mais rústicos, o que não quer dizer que eram “desevoluídos”. Se analisarmos esse estágio fundamentado em partidos políticos, chegaríamos à conclusão que eles eram “superiores” a nossa civilização. Porém de repente o “nosso” é sobreposto pelo “meu” e o caráter político da sociedade toma outro rumo.


Vários outros estágios foram ou são vividos pelos seres humanos em diversos lugares da terra. Entre eles, o sistema feudal, a idade média, contemporânea, pós contemporânea, moderna, pós moderna, etc,etc...E em todos elas sempre houve ou há um opressor e os oprimidos.
Vamos nos restringir a transição do sistema feudal para o capitalista e suas conseqüências, nos baseando na burguesia e no proletariado.


Com o declínio do sistema feudal, surge uma nova classe: A BURGUESIA, e com ela novas formas de opressão, de lutas e novas condições de vida.

A burguesia em vários momentos da história aparece como uma classe revoltada. E dessa revolta surgem diversos movimentos revolucionários contra a elite dominante. A sociedade burguesa moderna brota então da ruína da sociedade feudal que não muito diferente também mantinha relações de opressão e uma classe dominava a outra.

Cada passo da burguesia foi acompanhado por um avanço político. Após vários momentos de conflito a burguesia enfim chega ao poder. Deveríamos esperar mudanças, melhorias, novas relações, uma sociedade mais “comum”?

Penso que sim, mais não foi o que aconteceu. A conquista do poder pelos burgueses só fez com que o mundo conhecesse um novo modo de produção e novas relações sociais, e a diferença entre classes continuou.

A burguesia, ou simplesmente os capitalistas fazem do mundo á sua imagem, poderíamos dizer que eles dominam o global. A sociedade criada por essa classe é baseada num modo de produção bem peculiar e opressor. Ou seja, foi preciso uma nova classe surgir para que eles se consolidassem no poder à custa desses. Essa nova classe: O PROLETARIADO, ou simplesmente os oprimidos, compõe a base da pirâmide social.

Então precisamos agradecer a Marx pela sua iniciativa, não só do comunismo em si, ou do socialismo, mais seu interesse pela classe trabalhadora.

Os trabalhadores recebem míseros salários, insuficientes até mesmo para a manutenção da vida, o que nos leva a pensar que a própria burguesia é incompetente, incapaz de sustentar a classe pela qual é mantida.

Na visão de Marx a propriedade privada precisa ser extinta o mais breve possível e conseqüentemente com sua extinção, digamos que a classe burguesa se dissolveria como pó na água. Uma classe tão hipócrita, injusta e desumana, não merece de forma alguma está no poder.
Então Marx vem juntamente com o comunismo formar um partido trabalhista um pouco diferente dos outros, que visa principalmente medidas imediatas, sem utopia. Os comunistas têm como um de seus objetivos apoiarem todo e qualquer movimento trabalhista contra a burguesia, abolir a propriedade privada e algumas medidas socialistas como educação para todos sem distinção, mundo sem classes sociais e o poder nas mãos do proletariado.


O comunismo é uma forma de governo, cujas pretensões visa a derrota da burguesia e a criação de uma sociedade sem classes, baseada na propriedade comum dos meios de produção. (essa é uma das definições de comunismo) Teóricos consideram o comunismo também como um ramo do socialismo científico e um estágio avançado ao qual poderia chegar a humanidade.

Analisando o livro posso dizer que ser comunista é ter coragem suficiente para enfrentar a elite domintante, suas perseguições e reprovações. É evidente que um sistema não acaba assim num piscar de olhos, mas se toda a classe oprimida de trabalhores se juntarem em prol de uma luta concreta e objetiva, esse sistema excludente e discriminátorio pode chegar ao fim.

O livro é um incentico a mais a todos os trabalhores, relata várias revoluções ocorridas e que obtiveram sucesso, servindo de exemplo para outras. Relacionando-o com a atualidade podemos perceber então que o governo Lula com suas propostas trabalhistas e sindicatos entre outros, apesar de não ser algo novo é de extrema importância para essa classe, já que supostamente o governo apoia esses movimentos. Trazendo mais ainda para a realidade, vale ressaltar que a pobreza, a miséria, as diferenças socias, o racismo, o preconceito contra mulheres, negros e pobres e que o poder sempre esteve concentrado na mão da monarquia, não devemos deixar que a história continue se repitindo. Principlamente aqui no Brasil, um país ainda subdesenvolvido, as diferenças ecônomicas crescem assustadoramente, e essa realidade precisa ser mudada.
O domínio está deixando de ser de pessoa para pessoa e tomando escalas cada vez maiores. Estados Unidos, Inglaterra , etc, etc...Dominando cada vez mais outros países. O quê dizer da África, da Ásia então. O ser humano tem direito sobre o outro?


Porque é isso que está acontencendo no mundo capitalista em que vivemos. Moramos em nossos países e não somos nacionalizados, o trabalhor é uma reles mercadoria, as privatizações crescem exponencialmente e o estado e o bem comum nunca foram comum.

Até que ponto a história irá se repetir e a luta de classes, do opressor e do oprimido vai continuar?

Os seres humanos, os proletariados precisam se unir e juntos combater essa ameaça letal a biodiversidade interplanetária que é a burguesia.

Na minha opinião o livro é muito bom, poderia ser melhor se fosse mais extenso e mais abrangente, a linguaguem é bem simples, o livro é pequeno, a leitura é muito boa,e seria bom que antes de ler o livro o indivíduo tenha um pouco de conhecimento sobre partidos politicos e história. Recomendo-o á todos os estudantes de ensimo médio essencialmente, sem dúvidas á todos os proletariados (que na minha opinião são poucos que tem acesso), para ser mais objetiva á todos os seres humanos, “humanos”, exceto as criancinhas que ainda não tem maturidade suficiente para uma leitura dessas.


OBS: RESENHA APRESENTADA AO CEFET-BA, COMO PRÉ-REQUISITO PARA AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA.


“CHORAR PRA SORRIR, LUTAR PRA PENSAR, PENSAR PRA FAZER!”


JOHACIA COSTA DE OLIVEIRA


Mote

“As feridas da discriminação racial se exibem ao mais superficial olhar sobre a realidade.”

Glosa

Olhei, chorava,
Choro que pede clamor,
Que vive na dor,
E conhece o amor,
Que presencia o horror,
Mas tem temor,
Que sofre pela dor,
Que transforma um inocente,
Em sofredor.

Olhei, sorria,
Sorriso de um apaixonado,
Que ao nascer foi abandonado,
E ao crescer foi desprezado,
E mais tarde si viu transformado,
E na medida em que ia humilhado,
Conseguiu pensar no inesperado,
Hoje luta pra não ser condenado,
Pois possui a cor dos discriminados.

Olhei, lutava,
Luta contra exploração,
Desumanização,
Resiste à corrupção,
Discriminação,
Luta contra a má alimentação,
Monopolização,
Luta contra marginalização,
Opõe-se a “cor-padão”!

Olhei, pensava,
(Nas crianças mudas telepáticas),
Em você e no delinqüente,
(estúpida e inválida),
Na TV e no eloqüente,
(rotas alteradas),
No mundo e o via doente,
(como rosas cálidas),
Nas raças e se compadecia pelos dementes.

Olhei, fazia,
Fazia carta,
(as asas de ouro vais além abrir),
Cuidava da mata,
Vislumbrava a mulata que andava com o “magnata”,
E desfilava sua beleza nata,
(longe, tão longe vais de mim florir),
Educava a “beata”,
E gritava na praça, viva a cor dos “democratas”!
(Homem sê livre... sou feliz assim...)!
MEMÓRIAS DE JOHACIA

JOHACIA OLIVEIRA

Eu tinha apenas seis anos quando minha professora pediu pra que eu lesse um texto, cujo titulo não me recordo mais, era lindo, falava sobre flores e a primavera, ela costuma ler várias histórias para e com a gente. O que eu mais gostava e até hoje era de ler, ler em voz alta, somente. Eu ainda não sabia interpretá-los, mas eles me faziam viajar, imaginar coisas outros mundos. Ela nos avaliava de acordo com a nossa leitura, mas só aquela que faz com os olhos.


Na minha formaturinha da alfabetização para a primeira série, nós tivemos que criar um discurso, eu demorei uma semana para criá-lo, mas no final lá estava eu com meu anel do ABC discursando, eram apenas dez linhas, mais foi fantástico, eu me senti nas nuvens falando em voz alta com apenas seis aninhos para um monte de gente...

Esse fato foi inédito, na primeira série enquanto a professora ensinava alguns alunos o alfabeto, eu estava lendo uma história sobre a barata e seis sete anéis, quando de repente uma barata estava subindo na minha perna, isso foi mais que uma coincidência, esse texto marcou muito minha vida.

...Naquele dia minha mãe me fez ler todas as plaquinhas que passavam na nossa frente, às vezes me chateava, eu já sabia ler, não precisava ficar gastando minha voz, mas ela insistia. Acho que é por isso que gosto de ler tanto, mas não é ler para interpretar ou correlacionar, é ler em voz alta pros outros.

Quando ganhei meu primeiro livro eu tinha apenas oito anos, foi “A galinha que semeava”, o qual reli aos 17 anos. A moral do livro marcou minha infância, nenhum animal queria ajudar a galinha a semear o trigo, daí ela resolveu semear sozinha e quando o trigo foi colhido, todos queriam comer, porém a galinha não deixou, e todos os outros animais aprenderam a lição, assim como eu também. Depois desse, nunca mais ganhei livro nenhum, o que é uma pena, poderia ter aprendido várias outras lições.

Quando cursava a quarta série participei de um teatro, o qual era baseado na lenda da índia Inaiá, e eu que a representava, a lenda é bastante interessante e eu nunca me esqueci, foi nessa época que li várias outras lendas, eu adorava, a do saci pererê, da cova da moça, mula sem cabeça, boitatá, curupira, negrinho do pastoreiro, caipora, eram muitas mesmo, que saudades, eu lia e sempre fazia um desenho delas.

Verbos, substantivos, adjetivos, pronomes, etc. as classes gramaticais até que eu levei muito bem. Uma vez na quinta série, era dia de sabatina, a professora organizou uma roda, e começou, quem errasse podia dar um tapa na mão do outro. A sabatina começou, e graças a Deus eu não errei nada e ainda dei um monte de tapas nas mãos dos colegas, isso era ótimo.

Até o término do ginásio eu li muito pouco, o primeiro livro que eu li com mais maturidade já para interpretá-lo, foi “Tudo tem seu preço, Zibbia Gasparetto”, foi a partir desde livro que eu comecei a gostar de ler. Ele foi o ponto inicial para minha carreira nos livros. Ele chegou à minha mão da seguinte maneira, minha irmã gostava muito de ler, lia bastante e eu às vezes tinham vontade, outras não. Sabrina, minha irmã estava numa fase de ler muito, quando ela perguntou o porquê que eu não lia nada. Eu fiquei extremamente chateada, e disse que ia ler sim, mas só se eu gostasse do título do livro, o que acontece comigo hoje, eu vou muito pelo título do livro.

Então, ela me mostrou alguns livros e amei o título desse livro de Zibbia, é um livro espírita, bastante interessante, e ensina uma lição de vida fantástica, “que tudo na vida tem seu preço”.
Na oitava série eu ouvia meu professor falar sempre de um livro “ A divina comedia”, de tanto ele falar me deu vontade de ler, mas nunca achei esse livro, espero encontrar um dia.
Tinha uma professora no colégio que dava aulas de português, mais especificamente gramática, aqueles negócios de oração subordinada adversativa, objeto direto e indireto, pretérito perfeito e um monte outras coisas similares não entravam na minha cabeça de jeito nenhum, então eu sempre desistia, e nunca consegui aprendê-las.


Depois dessa minha experiência com o livro de Zibbia, eu li alguns outros no embalo: O xangô de Baker Street de Jô Soares, parte do Código Da Vinci, um Capitão de quinze anos, Por um fio de Dráuzio Varella e alguns outros.

Anos depois voltei a ler, agora com outros propósitos, muito mais avançados, sagazes. Tudo começou quando entrei no CEFET-BA, os incentivos foram maiores, as oportunidades também, então me tornei uma leitora freqüente, não tanto assim quanto deveria, mais progredi bastante, entre os lidos que mais gostei foram: Os Miseráveis de Vitor Hugo, Iracema de José de Alencar, Capitães da Areia de Jorge Amado, Depois daquela viagem de Valéria Piazza Pollizi, Manual prático do ódio de Ferrez, País do Carnaval de Jorge Amado, Preconceito contra a mulher, entre outros.

Na madrugada de ontem eu tava lendo “quem tem medo do escuro”, quando de repente a luz foi embora, essa foi minha última experiência com os livros qual será a próxima?
Uma menina: fantasia, uma mulher: realidade

JOHACIA OLIVEIRA



“O céu estava nublado, não tinha ninguém em casa, uma sensação estranha foi me abatendo, a janela abriu, as cortinas balançaram, o vento soprou mais forte, o telefone tocou. Ai! Ninguém do outro lado da linha, assustador. A campainha tocou, ninguém, uma carta no chão, sem remetente, destinatário: Fernanda. Abri lentamente com medo, o coração palpitando, a respiração ofegante. Alívio! Apenas três palavras escritas: Eu te quero! Mas não poderia ser : Eu te amo? Quem seria, com qual intenção alguém me mandaria uma carta anônima me querendo pra si? Seria isso bom ou ruim? Pensei na mãe, no pai, nos parentes, nos amigos e ainda estática ninguém especial me vinha a mente. Ops! Calma aê, será que teria sido Ele, mas eu só o vi uma única vez, de relance, quase imperceptível. Só podia ser ele, ele deveria ter me notado, me olhado, me querido só pra ele. Minha idade, ele, família, escola não saíam da minha cabeça. Dez anos, uma criança, nem sei o que quer dizer “te quero”. De repente Ele queira me conhecer, me ver, ser meu amigo, ou talvez ele não teve tempo de terminar a frase e não é nada disso que eu estou pensando. E se não foi ele quem mandou a carta, e se foi alguém que eu nem conheço, um estranho, um louco, um criminoso. Guardei a carta e voltei para dentro de casa.

Tudo escuro, apenas uma luz acesa, o céu ameaçava chover, ninguém chegava, cadê todo mundo?

Dormi. Na manhã seguinte levantei bem cedo, reli a carta e fixei aquelas palavras; alguém saberia me explicar. Tomei café e saí correndo para o colégio. Hora do recreio. Caramba! Cadê a carta? Esqueci, perdi, fui roubada? Não importa agora, a carta sumiu. E agora?

Às seis da tarde voltei para casa preocupadíssima, o que teria acontecido com a carta? Esperei algum comentário, uma notícia, nada. Definitivamente a carta sumiu. Quem terá achado, porque não devolvia, ela era minha, só minha, eu precisava decifrá-la
Alguém bate na porta, era minha mãe, me perguntando o motivo do isolamento no quarto. Não podia contar o real motivo, inventei alguma coisa. Me perdi em pensamentos.

Caracolis, seis horas! Atrasada de novo, desconfortei-me com meus pensamentos. “Porque nunca cresço, não me torno logo adulta, entender as coisas, palavras, pessoas, meninos?”

Cheguei na escola e dei de cara com Joana, sempre atrás dos meninos, o que queria ela com eles, por que eu sempre a via abraçando um, beijando o rosto? Ela já tem treze anos.

...Na grama o céu parecia me chamar para dentro de si, explorá-lo-ia caso chegasse até lá. Alguém se deitou ao meu lado na grama e tapou meus olhos com a mão. Uma mão áspera, comprida, era a mão de um menino. Fiquei imóvel, mil nomes se passaram pela minha cabeça. Com certeza não seria Ele, eu nunca o vi na escola, talvez estudasse em outro lugar, ou nem estudasse.

Com a outra mão alisou meus cabelos. Fiquei ali por algum tempo, até me dar conta de que era um menino que se deitara ao meu lado e nem sabia quem era, seu nome, endereço, se eu o conhecia. Saltei atônita e parece que estava sonhando, não tinha mais ninguém na grama, apenas Eu, o sol inundou meus pensamentos, brilhou mais forte, os pássaros cantaram mais alto, as flores exalaram mais perfume, minha mão estava suada. Peraí, tudo mudou em volta de mim, mas cadê Ele? Eu nem me dei conta, Ele já não estava mais, e eu nem sei quem era.

Diante do espelho algumas mudanças, algo crescia em mim, parece irritante e ao mesmo tempo fascina, minhas blusas estão apertadas. Gritei. Ninguém ouviu, meu rosto estava parecendo uma estrada, cheio de buracos. Peraí de novo, deixa eu me olhar novamente. Socorro! Alguém está deformando o meu corpo. Calma aí, ele me pertence e eu tenho todo o direito sobre ele, quem pensa que é para mudá-lo assim?

Alguns dias se passaram e tudo parecia tranqüilo. Credo! O que é isso no meu braço, parece pêlos. Parece não, são pêlos. Confusa gritei, maêêêê...
Tudo certo, agora sim, tudo explicado, em frente ao espelho eu percebi que as mudanças permaneciam, o jeito era conviver com elas.

Parabéns pra você, nessa data querida... Data? 20/06, excepcional, doze anos. O tempo está passando e com ele meu Eu também. Hein? O tempo não me comunicou nada, ele simplesmente passou, voou e agora estou eu aqui, ficando ultrapassada. Mas... Será que Ele não vai me achar melhor assim, mais velha, madura?

Mais um mês sem vê-lo, quem será Ele afinal, o que Ele faz, onde Ele mora? Quanta dúvida, o que será que está acontecendo comigo?

Não! Socorro, alguém ajuda eu estou doente, estou morrendo, me machuquei. Maêêê... Olha! È sangue, vou morrer, não quero morrer, sou muito nova.
―Calma filha, isso não é nada de mais. Você agora é uma mocinha.
―Mocinha?
―Sim. Deixou de ser criança e passou a ser uma mocinha.
―O que é ser uma mocinha?
―(risos) Significa que agora você terá de se acostumar com novos hábitos. Tipo o de usar absorvente durante alguns dias no mês. Você vai menstruar todo mês. Não é nenhum bicho de sete cabeças não.
―Sete? Não, um milhão, trocentas. AB-SOR-VEN-TE, MENS-TRU-AR, o que é isso pelo amor de Deus?

...Certo, tudo certo, melhor assim, bem explicado. Hã? Todo santo mês, liberar sangue, que horror, como as pessoas conseguem viver com isso, que Cruz!

Dia claro, domingo, praia, um bom livro, alguns amigos, Ele, alguém especial. Mergulhei fundo, bem fundo mesmo, quase me afogando em meus pensamentos lembrei: Onde estará a carta? E Ele?

Um sentimento estranho me invadiu sem pedir licença, uma euforia, um tumulto, flashes se passando pela minha mente, corro pra cama, uma tensão, um vazio na barriga, minhas mãos inquietas, passa por um canto, por outro, aperta, arranha, arrepia, o coração disparou, o ar se prendeu, a cabeça balança por um lado e por outro, as pernas se cruzam e abrem e batem, estranho, sensação atípica, mãos suadas, corpo suado, um mundo de coisas se passando no meu pensamento, um momento e... Ufa! A viagem pelo céu num momento tão convidativo se realizou... E, de volta a Terra.

O sono me derrubou sobre a cama e eu não pude resistir. Um sonho. Estou sonhando “... È Ele. Ei você, me olha, olha pra mim, ei, ei, quem é você, o que faz, mandou- me uma carta? Ei, por favor, olha pra mim, preciso saber quem é você, seu nome. Tempo perdido, Ele não me ouve, não me vê, ele não me quer! Oi, ei, sou eu, olha pra mim, não vai embora, peraí, ei, ei, porque está indo embora, calma, eu sou... Esquece ela não me ouviu, não viu, onde encontrá-la?

Apenas uma vez, uma visão, tão pouco e suficiente. Apaixonei-me.

Sonho, pesadelo, porque Ele apareceu em minha mente e não me viu ou falou comigo: “Oi, ei, sou eu, meu nome é...”

Só pude encontrá-la num outro plano, na mente, na alma, ela nem se quer me olhou, me quis.

Quinta-feira e nada interessante para se fazer, talvez um passeio, uma caminhada me distraia. Coloca saia, não, vestido, azul, amarelo, blusa, sutiã, tira, colar, bota, brinco, cadê a sandália, não, essa não, aquela, rosa, sombra, clara, lápis, escuro, arruma, penteia, pente, batom, gloss...

Nossa já é noite, comecei a me arrumar eram apenas três horas da tarde. Espera ônibus, desce, loja, veste, experimenta, peraí alguém pode me explicar o que está acontecendo? Nada cabe, que loja é essa, “Kids”, a vendedora me olhou de cima em baixo e perguntou se eu queria algo para meus irmãos. Eu não tenho irmãos. Cadê o espelho, onde está? Meu Deus! Esquece. São elas de novo, quando vão me deixar em paz, mudanças me deixem, eu quero ser feliz, não podem invadir meu corpo assim e se apossarem e mudarem tudo, e eu, minha opinião?

Saí da loja e minha cabeça começou a pensar, deve ser o excesso de mudanças, quanta conturbação.
Cheguei em casa, fui direto pro quarto, um dia, dois, três, um mês, dois, quatro, seis, oito, e... O quê?!... Chegou à hora de apagar a velinha... Um, dois, treze! Treze anos.

Na escola as meninas contam suas experiências, seus amores, beijos, selinhos, meninos, paqueras, Eles. È isso Ele, preciso achá-lo, mas como, onde?

Maê vou ao parque, volto às 20h00min.

―Mais você é muito nova, uma criança. “Vegetando”. Um, dois, quatorze, quinze, para aí, quatorze, agora sim.
―Maêê vou ao parque, volto às 20h00min.

Luzes piscando, roda girando, apostas sendo feitas, cavalinho rodando, pipocas pulando, e eu pensando: “Bem que ele poderia estar aqui, a carta aqui, o nome dele”.

Meu pingente caiu. Ei moço você pisou em cima do meu pingente, pode levantar o pé, por favor? O rapaz virou-se e... É Ele, ou melhor, é você? Meu coração “parou”, minhas mãos ficaram trêmulas, minha boca se trancou, meus olhos tomaram forma de coração, eu não me movia. Era ele sim, o meu “Ele”, estático como eu, nervoso e sem palavras como eu.
―Você é linda!
―”?”
―Qual o seu nome?
―”?”
―Você não vai dizer nada?
―”?”
―Hã?!
―Eu sempre quis te conhecer.
―Eu também.
Depois de um bom tempo ali parada, imóvel, calada, morta praticamente, eu “ressuscitei”, e fui com ele passear, conversar. Sentamos num banquinho da praça e ele tão sublime quanto lindo se aproximou de mim, eu dele e olho no olho, mão na mão, respiração sincronizada, fomos nos aproximando. “Click!”, meus lábios e o dele se encontraram, e minha boca se abriu involuntariamente e algo penetrava nela como um furacão, cabeça pro lado e pro outro, nariz com nariz, testa com testa, me senti mulher pela primeira vez, e as diferenças já me pareciam normais, e o tempo já não passava e minha sede de beijá-lo só aumentava, e algo ia mudando em mim, alguém me falava coisas lindas ao ouvido, sussurros, abraços, promessas. Nasce um amor. Eu e Ele.

Cheguei em casa maravilhada, fascinante. Mas e como era mesmo o nome dele e a carta foi ele quem escreveu? O tempo, a vontade não me deixaram perguntar, quando o verei novamente? É ele quem me quer, ou será outro?

Perdida novamente no silêncio do meu quarto, mil perguntas me vieram à tona, mas desta vez diferente, eu estava diferente, minha mente agora pensava como outra pessoa, sentimentos diferentes me possuíam.

Eu pensava nele agora como outra pessoa, Ele um homem e eu uma mulher. Um beijo e tudo mudou. Não, nada mudou, o mundo continua o mesmo, o país não cresceu mais, a cidade não evolui, o bairro não deixou de existir, tudo continuou no seu perfeito estado. Não! Eu não, não. Aquele beijo despertou em mim algo diferente, algo que eu não posso explicar, um... Hã... È... Sei lá!

Dez da manhã e eu saio para comprar o pão, de repente um grupo de meninos me olha e dá psiu. Agora mais crescida como perceber que estou entrando numa outra face do mundo, talvez a face “mocinha de ser” ou a face “Eu e Eles”. Mesmo sendo tudo novo pretendo ir de cara e corpo nesse novo tempo.

“(Pensando) Cadê ele, onde você está, porque não vem me ver, você não me quer? Eu te quero. Aparece vai, me beija de novo, fica aqui comigo, deixa eu dormir nos seus braços, diz que me ama vai, venha ser meu... Ops!”

Dez dias depois. A campainha toca, eu corro pra atender, um moço uniformizado. Flores? Lindas, vermelhas, ele me mandou um buquê de rosas maravilhoso e no cartão estava escrito é... Oi, era o telefone, alô, quem é? Uma mensagem falando de amor e dizendo que era tudo de mais perfeito que alguém podia querer.

No cartão dizia... Peraí, alguém estava me chamando, eu saí, entrei no carro, era um carro preto, lançamento, lindo, tipo Mercedes, o carro andou uns três quilômetros parou, eu desci, entrei num lugar muito belo, com muitas rosas, vinho, champanhe, chocolates e várias luzes piscando, espelhos por toda parte, até no teto.

...Primeiro eu tomei um pouco de vinho, depois chocolate, depois um beijo e outro, e um sentimento me domando, uma curiosidade, um desejo, vontade de encontrar a paz, a felicidade, carinhos, abraços, sonhos, paixão, deitei-me, senti-me outra, diferente, mudanças foram ocorrendo, tudo acontecia na velocidade da luz e ao mesmo tempo o relógio não saía do lugar, o mundo parou, a cidade se levantou e o universo todo aplaudiu meus quinze anos de pé, ali do lado dele, tudo aconteceu numa mesma noite, num só tempo, e os pássaros rangeram de prazer, assim como as velas queimavam sua chama, e num leve toque tudo se abriu e a felicidade penetrou como na primeira vez em que eu olhei pra Ele, mesmo depois de saber que ele nunca fora “Ele”, e que a carta nunca ouve remetente e quem me queria nunca me achou, porém no cartão estava escrito “Encontre-me no lugar onde o seu pensamento de criança nunca pôde chegar”.






sábado, 8 de novembro de 2008

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Até quando se repetirá a história?

Johacia oliveira


...o tempo não pára, a história se repete, quem pensa que a idade média acabou, engana-se, ela é aqui. A escravidão ainda não foi abolida, nossos direitos ainda não são nossos, a “liberdade” nos prende cada vez mais e o livre arbítrio não nos deixa fazer nossas escolhas.


A televisão todos os dias traz notícias que alguém foi assassinado, morto, estuprado, seqüestrado, roubado e o que acontece? Assistimos perplexos, chingamos o cara da “TV” que nem nos ouve, olhamos para o lado e dizemos alguma palavra para um de nossos parentes: “triste né?”. Depois a notícia acaba ou mudamos de canal e pronto, o assunto morreu, o tempo continua e esses problemas começam a fazer parte do nosso cotidiano e vão se tornando cada vez mais comum e ninguém se comove mais, e o que acontece com os problemas? Eles continuam a existir.

Os problemas sociais, o domínio exercido pela “monarquia”, pobres que são explorados, negros que são discriminados e excluídos, o branco que está sempre “por cima”, nos melhores empregos, etc, etc, etc. No período pré-colonial já acontecia isso e estamos no século XXI e a história não mudou.

O texto de Josiane Soares, “Encontro Marcado”, nos leva a pensar como o mundo está doente, desevoluindo. As pessoas trocam o sonho pelo medo, estamos no Brasil e não somos brasileiros, nos calamos nos momentos quando mais precisamos falar, porque não temos coragem de enfrentar os “grandões”.

O que faz um mundo assim? As pessoas corruptas, os políticos corruptos, as famílias desunidas, a polícia na qual não se pode confiar, o próximo, cuja bíblia nos diz que temos que amá-lo, os injustos, racistas, quem?

Quem torna o mundo leproso é você, sou eu, são os homens. E quem nos corrompe dessa forma? O dinheiro, a inveja, o sistema capitalista? (“Parece-me que sim”).

E Jorge Vercilo em sua música “Avesso”, nos traz uma “desnoção” das coisas e do tempo que faz pensar até quando estaremos sujeitos a isso? Um dia, um amo, um século? Temeremos a escravidão até quando? Quando meu direito será meu?

Esses dois textos só me fazem desacreditar ainda mais no socialismo de Carl Mark. Quem sabe um dia poderei eu ou você, a sociedade, viver um amor sem medo. A violência sexual, a ditadura que ainda é presente, “minha sexualidade”... Não temos o direito de optar por uma sexualidade sem sofrermos preconceito (opção considerada anormal pela sociedade), parece que o homem foi feito pra mulher e vice versa e o que não for isso está condenado.

A história precisa parar de se repetir, nossos escritores precisam de novos fatos para tirar as páginas dos nossos livros da rotina e quem sabe um dia marcaremos um encontro com o nosso direito de poder usufruí-lo, sem correntes e começaremos então uma nova história.

OBS: texto feito em apenas uma hora, como pré- requisito para avaliação na disciplina de

português.. a versão atualizada dele virá em bree..mais o ensaio já está muito bom..(kk)



sábado, 1 de novembro de 2008


Quem pensa transforma!


Johacia oliveira


O Brasil é um país onde a educação ocupa uma posição desfavorecida, e ainda, o esforço para se melhorar esse quesito é desprezível, formando-se assim uma sociedade de analfabetos funcionais e somente poucos detém o poder.


O que torna uma pessoa cidadã são seus direito e deveres, isso quando cumpridos de forma legal. Porém, se observamos a nossa realidade, veremos que parte de nossos direitos são omitidos ou fraudados muitas vezes sem o nosso consentimento. Por que isso acontece?

Porque o indivíduo que não tem conhecimento do que está ocorrendo na própria sociedade, não tem a capacidade de pensar em como transfigurá-la. É a partir daí então, que temos que aceitar a forma como os fatos nos é apresentado.


Mas nem tudo que acontece, deve permanecer do mesmo jeito, surge então à necessidade da busca da compreensão das “coisas”, e daí pensarmos de forma lógica e coerente qual o nosso papel como cidadão perante uma sociedade onde a monarquia é dominante.

Eis a questão! Poucos praticam o ato de pensar e são esses que conseguem modificar o mundo. Contudo, essa minoria defende unicamente os seus objetivos, deixando aqueles que são incapazes de pensar a mercê de suas decisões.


Se mais gente buscasse conhecimento e através desse pensasse, automaticamente a injustiça, o desemprego, o preconceito e as várias diferenças sociais amenizariam. Esse ato é essencial e torna a pessoa nobre, cujas ações passam a ter um novo sentido, o de mudança, a qual só ocorrerá quando a humanidade se conscientizar de que é de extrema importância o ato de pensar, pois é através desse que conseguimos transgredir.


O Brasil precisa de mais pensadores, ou então nunca sairemos da condição de país subdesenvolvido, marginalizado e altos índices de analfabetismo, preconceito e discriminação. E se ainda o país não tem condição de promover educação com qualidade, precisamos urgentemente usar o nosso bom senso e buscar por conta própria o conhecimento assim como fizeram vários físicos e cientistas da história mundial.