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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

No dia em que tudo resolveu dar errado, minha vida mudou!

JOHACIA COSTA DE OLIVEIRA

Naquele dia tudo parecia dar errado. Começou logo cedo, eu precisava acordar às cinco da manhã, mais o celular só despertou às seis. Levantei-me correndo e nem café tomei, quando de repente lembrei que mamãe estava doente e precisava preparar o chá dela, mas já estava atrasada, e agora?

Resolvi perder a primeira aula que nem era tão importante assim, é... não seria se o professor não tivesse aplicado uma avaliação surpresa.

Terminei de fazer o chá, chamei minha mãe no quarto e percebi que ela ainda dormia profundamente, então fui à casa da vizinha e pedi que quando desse nove horas ela chamasse minha mãe “por favor” e lhe desse o chá. Fui para escola e só pude entrar na segunda aula. Quando me sentei, a primeira notícia que recebi foi que eu não poderia mais fazer a prova, a que estava valendo três pontos. Pensei: “- Bem, eu ainda tenho sete pontos para conquistar, nem tudo está perdido”.

Na hora do intervalo eu fui para a cantina e pedi um lanche, quando peguei minha bolsa,”caramba”, tinha esquecido o dinheiro em casa, e justo hoje quem está no atendimento é a megera. Ela não me deixou tomar o lanche.

Perguntei a Karol se ela tinha dinheiro sobrando, mas ela disse: - Não posso emprestar, como vou ter certeza de que você irá me pagar? Tudo bem fiquei com fome.

Eu já estava estressada quando Mariana me perguntou o motivo pelo qual eu não estava falando com ela. “Puts”, eu fiquei totalmente sem graça e comecei a gaguejar, porém Mariana não entendeu nada do que eu disse e ficou insistindo.

Pronto, agora está tudo resolvido, me acertei com Mariana...o telefone tocou. Atendi, era a minha vizinha me explicando que não havia conseguido convencer minha mãe de tomar o chá. Terminei de assistir as aulas e fui correndo pro ponto de ônibus, já tinha passado, tive que esperar mais uma hora.

Cheguei em casa e descobrir que minha mãe não era nada daquilo que dizia ser, ela foi grossa comigo, me destratou, disse que não me suportava mais, que estava cansada daquela vida de miséria e que iria fugir se as coisas não melhorassem.

Fui pro quarto e comecei a imaginar como seria minha vida sem minha mãe, cheguei à conclusão que eu era a única pessoa capaz de mudar a nossa situação, pensei em pedir ajuda a algum político, mas não, eu estaria correndo o risco de me sujeitar a um corrupto. Fui à prefeitura, a rádio local, e nada foi resolvido. Tinha ido atrás da minha cidadania, dos meus direitos, mas tudo que conseguir foram olhares maldosos, frases absurdas e discursos que eu sabia que de nada me adiantariam.

Percebi então que estava vivendo num país que se dizia democrático e igualitário, mas que na verdade, não passava de um país hierarquizado, burocrático e discriminatório. Fui então a um jornal que publicava constantemente críticas à sociedade e falei tudo que me tinha acontecido. Perfeito, eles me ouviram e publicaram tudo o que eu tinha dito e ainda me ofereceram um emprego lá, lá na edição do jornal.

Perai, um emprego?No jornal? Assim sem mais nem menos, justamente no dia em que tudo resolveu dar errado? Sim, era isso mesmo o meu dia começava a mudar de rumo, mas não foi só um dia não, foram vários, meses, anos.

Foi lá que eu percebi que as pessoas precisam ter oportunidades para se expressarem, criarem, vislumbrarem e principalmente criticarem o sistema, que vai de mal a pior. Comecei por baixo, pequenas metáforas, algumas indiretas, e fui gostando, sabem por quê? Porque eu tinha descoberto a liberdade de pensar e melhor ainda eu podia escrever, e foi através dos meus textos que eu consegui mudar muita coisa, eu transgredia os limites e me satisfazia quando as pessoas despertavam o interesse pelo ato de pensar.

No dia em que eu descobri a liberdade, resolvi libertar também a “mente do mundo” e deixei registrado pra sempre a minha opinião, meu desejo e vontade. Pessoas tiveram a oportunidade de viver livre!

Um comentário:

**bi** disse...

Esse aki arrasou!!

Liberdade de pensar!

Ameiii^^